quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

meu medo de você

Merveilleux, 20 de Fevereiro de 2008.

"Esta tarde a trovoada caiu

Pelas encostas do céu abaixo
Como um pedregulho enorme...
Como alguém que duma janela alta
Sacode uma toalha de mesa,
E as migalhas, por caírem todas juntas,
Fazem algum barulho ao cair,
A chuva chovia do céu
E enegreceu os caminhos..."

Foi assim, logo após Pessoa, que meu coração chorou por você. Namorando. Perguntas... Quantas! O que fazer? Foi por que tive medo?

"Quando os relâmpagos sacudiam o ar
E abanavam o espaço
Como uma grande cabeça que diz não
Não sei por quê - eu não tinha medo -"

Não mais. Não de você. Pelo visto agora é tarde, e apesar de ter me acostumado com o escuro e o rodízio de braços que me suporta... Eu quero você. Ainda não desisti. Meu medo de você, alimentou um pensamento vazio, que hoje respira a coragem de mover mundos e fundos pra te ter novamente. Sorrindo pra mim. Sorrindo por mim. Outros virão, mas jamais esqueça: é você que eu espero. E mais uma vez parafraseando Pessoa/Caeiro ou seja lá como ele prefira ser chamado:

"Amar é a eterna inocência
E a única inocência não amar..."

MielChat, mesmo não pensando em você, eu vivo em outros braços inocente, desse meu medo de você.

Espero-te.

Com amor, J.

* Versos retirados do poema, "O Guardador de Rebanhos" - Fernando Pessoa