sábado, 26 de março de 2011

nada que eu vá admitir mais tarde

Então, olha eu aqui de novo. Tentando encontrar um vício novo. Tentando achar uma razão para o que está acontecendo. Tentando encontrar a música perfeita, tentando evitar seus olhos, tentando encontrar você em mim... Apodrecemos. Já fui melhor nisso, já tive mais intimidade com as palavras, já entendi melhor meu coração. Hoje, já não tenho como sair dessa minha adorável postura defensiva, já não consigo encarar seu sorriso, evitar os seus olhos tornou-se um hobby delicioso. Suas idéias e planos me assustam, intimidam – não quero mais conhecê-las. Sua voz agride meus tímpanos, rasga meu peito e sufoca a minha alma (sem mencionar o estrago que fez ao meu fígado). Se eu tivesse um saco ele estaria cheio de você. MENTIRAS e verdades que se confundem e me confundem. Como eu já disse, sempre fui boa com palavras, mas nunca, (NUNCA!) com sentimentos. Quando coloco a cabeça no travesseiro, lágrimas, que insistem em rolar, me fazem acreditar que eu preciso de você sentindo ciúmes de mim e se puder dizendo que a minha roupa está muito curta. Lágrimas, essas, que me convencem a pedir emprestado o seu casaco quando nem estou com tanto frio; e que na verdade, você me irrita só porque você adora me ver brava. Então eu imagino você me fazendo cócegas... e, acredite, se esse dia chegar e entre socos e pontapés eu lhe implorar que pare, não pare - mesmo que isso lhe custe uma semana inteira sem falar comigo. Mas aí, como em um passe de mágica o sono vem e me traz a manhã e mais uma vez tudo que eu preciso é estar longe de você.Posso te dar um conselho? Não procure me entender. Deixe de dar atenção aos fatos, atente para os detalhes... O carinho na orelha, o riso escandaloso, o sorriso desinteressado. Me rode na chuva. Me pegue no colo. Segure a minha mão, me beije na testa… Por que no fim amor, pra mim, é isso. É não precisar jurar amor eterno, nem presença, nem carinho. E ainda assim, amar, estar sempre perto. É cuidar e dar carinho. É proteger, zelar, divertir. Enfrentar tudo, sabe? Passar pelo que for. É não ver nada maior que o que se sente. E não deixar nada ser maior do que isso. Amor não precisa ser jurado, nem prometido. Amor não precisa ser comprometido. Amor precisa ser sentido. Valorizado. Das tentativas que mencionei acima, posso dizer que obtive 100% de êxito procurando uma música, achei algumas, pra ser honesta, mas acho que o Leoni cabe melhor aqui, com todo seu “amor e ódio eterno” da música “Só pro meu prazer”. Não sei se escrever essa carta foi uma boa escolha, aliás acabei de transformá-la em uma tentativa frustrada de te pedir para que vá embora. Acho que no fim acabei pedindo para que pense antes de partir – na dúvida vá ficando... - afinal, tudo que foi dito acima, não me faz mal, não.

Carinhosamente, J.