Houve um tempo em que um ninho de cobras, era apenas um ninho. Um ninho de meninas chatas, com vontades e manias que juntas faziam chapinha e falavam mal da vida alheia, com bolo de chocolate e muito suco de maracujá. Mas a peçonha em si, essa não havia. Houve um tempo onde lado a lado caminhava uma família divertida, cheia de problemas, mas uma família. Com muitos filhos e filhas, irmãos e irmãs, indo e vindo, entrando e saindo, sempre que se sentiam à vontade. O que temos hoje? Houve, por aqui, um tempo onde ser “pop” era cool mas fazer parte dessa família era o que mais importava: os valores, os amigos... Tínhamos, inclusive, um Orador da Hombridade! E agora vejo a deterioração daquilo tudo que eu acreditei ser o que havia de melhor em Xerém e que eu achei que, de alguma forma, eu levaria pra sempre comigo. As pessoas se perderam de si e se reencontraram em pessoas e coisas que fogem totalmente a razão social! Definitivamente, não estou entendendo mais nada desse mundo que ajudei a construir e vejo dia-a-dia ser destruído por intrigas, imbecilidades, mesquinharias e afins. Hoje eu vejo um ninho, sim, um ninho de muitas cobras - todas juntas se comendo, se enroscando e a peçonha presente acabando com muito daquilo que era bom. Um ninho de cobras imenso, foi nisso que se tornou uma grande família. A minha família. Vou me afastar por um tempo, é sério. Reta final de faculdade, tv à cabo... Vou recolher minha insignificância e atual peçonha no conforto do meu lar, curtindo meus bons “filme”. Cansei desse climinha “Malhação LifeStyle” , talvez eu não tenha mais idade pra isso, ou seja só cansaço mesmo, não sei. Acontece que não consigo mais achar graça nessa coisa meio “segundo grau” e totalmente adolescente de “popularidade a todo custo”. Sempre vou gostar de uma boa fofoca, mas fofoca do bem, aquela que não machuca ninguém, sempre vou gostar de ter meus amigos por perto, tomando uma cerveja e curtindo uma pipoca ou bolo de chocolate, sempre vou curtir virar noites trocando informações antes das provas... Não quero mais, de forma alguma, qualquer tipo de envolvimento com esse ninho de cobras peçonhentas que se transformou a minha família. Aos amigos e enviados de paz, minha casa estará sempre de portas abertas, só não faço questão desse fardo "popularidade". Não desse tipo de popularidade. Definitivamente, na UFRJ-Polo Xerém, ser “pop”, hoje em dia, é um cú.