terça-feira, 11 de novembro de 2008

insonia

Deixou de ser uma cruz esquecer o seu nome. Pelo menos é assim que eu vejo. Bem no início, quando eu passava horas imaginando, minha loucura procurava sempre a sua imagem. Sempre pensei ser, o que não era. Por que? Seria tão mais fácil me falar, afinal eu não o ouvia? As noites se passaram e eu deixei de acreditar em você, deixei de acreditar em mim, só considerava a mão suada que segurava o telefone. Fria, eu segurava o telefone com mais força, mais atitude, para dizer aquele “alô” que a você parecia surdo, em resposta. Minha voz te irrita? Ou tudo isso não passa de um jogo pra acabar comigo, para tirar o meu sono? Já não durmo há um tempo. Horas e horas, observo apenas o constante movimento de luzes, com as quais ilumino cada plano que tenho para nós dois, idéias mudas. O que você quer que eu faça? Implore para não desligar? Como? Me liga de vez em quando... Ligue sempre! Cada vez mais, e mais e mais - constantemente. Vou continuar deitada, insone, mordendo os lábios, fria, te imaginando, insegura. Tentando remeter à firmeza da minha voz a fragilidade do meu coração. Planejando malícias quando, do lado de cá, me calo. Telefone sempre, para vivermos um amor surdo, sem restrições ou traições. Conte aos seus amigos o que não me ouviu dizer, mas entendeu e não te fará sofrer. Só assim seremos felizes.