domingo, 2 de setembro de 2007

o medo opera milagres

Sim. Eu estou aprendendo a segurar o riso. Quem me conhece de longas datas sabe que eu sou “o risadinha” em pessoa. E pretendo, se Deus quiser, morrer sorrindo - ou de tanto rir. Sexta-feira, passada, indo pro sítio, percebi o significado da palavra: SUPERAÇÃO. Estou eu, sentadinha à janela, preocupada com meu penteado que corria perigo com aquele ar-condicionado, violento, sobre ele... quando, ela entrou. A princípio me pareceu ele – mãããs tudo bem! Diversos bancos vazios, ele(a) resolveu sentar-se ao meu lado. E como toda bicha que se preze, reclamou de alguma coisa (que eu não entendi direito, pois estava sem meu aparelho auditivo) e se calou. Até então, tirando o bom gosto pra moda e o perfume estonteante, não havia indício de que ele era “aquilo”, ou vice-verso... Acontece que, se o objetivo da criatura era passar sem ser notada, alguma coisa deu errada: O CELULAR DELE(a) TOCOU. Meniiiino, foi um tal de plumas e paetês voando pelo ônibus... Purpurina multicolorida, gliter, gliter (e muito gliter) pra todo lado! UMA LOUCURA! Evandro Santos repetia sem parar (a bicha estava possessa!) “Aquela bichinha me paga! Quem ela pensa que é?? Traveco é ele! TRANS! Eu sou é muito macho, e vou mostrar pra aquela cidadã o por quê de eu me chamar EVANDRO SANTOS!” No meio da turbulência e de toda aquela gente olhando em minha direção, eu buscava refúgio nos olhos de MayPri que, pra meu desespero, ria des-con-tro-la-da-men-te! Lágrimas começaram a surgir em meus olhos, a respiração começou a falhar, e um “trágico incidente” ressurgiu em meus pensamentos... Não. De novo, não! Controle-se. Liga pra alguém... Quem? BGuy. Quem, melhor que ele pra entender o que acontecia comigo naquele momento? Eu não vou conseguir falar... Mensagem! Enquanto digitava a SMS no celular, tentava não prestar atenção em Evandro, muito menos em MayPri, que àquela altura do campeonato, estava perto de um colapso nervoso – disso eu entendo! Enviei: “To num busão cm uma bixa afetada (e indignada) falando horrores ao celular.Como é que se segura a risada?” Pra minha sorte Evandro desceu um sítio antes do meu, eu pude respirar aliviada e até mesmo rir um pouco da situação... Apesar de a resposta de Bguy não ter ajudado grandes coisas ("PQP, to rindo muito!"), ele foi personagem importantíssimo nesse meu testemunho de superação, se eu não estivesse digitando a mensagem de texto, teria escutado Evandro (indignada) dizendo que estava cansado de bichas espalhafatosas... Coisa que só fiquei sabendo quando MayPri, em meio à lágrimas, me relatou. Hoje, refletindo sobre o acontecido fico em dúvida se foi o medo de passar a vergonha da outra vez ou de, além de engasgar (rir e babar), apanhar, afinal Evandro não estava pra brincadeiras.