Quer saber como eu cheguei a essa conclusão? Visualiza a cena: hora do rush em RoçaCity, ônibus lotado. Essa pessoa que vos escreve espremida entre uma senhora gorda com seus dois frangos (vivos !) e um ser assexuado - ainda não decidi se era um homem que parecia mulher ou uma mulher que parecia homem... Visualizou? Não se esqueça dos frangos, hein? Ok. Vamos ao que interessa: tudo o que eu não precisava naquela hora era... (????) EXATAMENTE! Um ataque de riso. Você, caro leitor, já ouviu a minha risada? Não? Sorte a sua. Poucos foram aqueles que tentaram defini-la e a definição mais aproximada da realidade diz que é uma mistura de carro velho pegando no tranco, com uma porca no cio. Sentiu o drama? Foi ridículo! Aquela gente toda que eu nunca tinha visto na vida, olhando pra mim sem entender nada. O ar foi faltando, o rosto inchando, a voz falhando e, pra melhorar, eu engasguei. A velha largou os frangos e enquanto segurava meus braços erguidos, o ser assexuado me dava tapinhas nas costas e me pedia para ficar calma. Como ficar calma em uma situação dessas??? Tá bom pra você? Então descaroça essa uva... Quando comecei a recobrar o controle dos meus movimentos, ainda engasgada, percebi que o motorista fez uma curva diferente e o trocador gritou: "Chegou! Leva ela! Leva ela!" Tá percebendo o estrago? Leva ela pra onde?? Ainda sem fôlego e sem entender muita coisa, me dei conta de que havia chegado a frente de um hospital. Nessa hora a vergonha era tanta, que tudo o quê eu não queria era continuar no ônibus. Dei uma de joão-sem-braço, e deixei um cara grandão me levar até a emergência. Quarenta e cinco minutos depois, mais calma, não menos envergonhada e sem achar um pingo de graça no ocorrido, chamei um moto-táxi, antes que me encaminhassem para o hospício municipal. No caminho pra casa, me dei conta de que eu acabara de viver O MAIOR MICO DA MINHA VIDA. E olha que já foram tantos, que a disputa não é nada fácil. E pensar que toda essa confusão se deu, por causa de uma certa lembrança de um certo dia, em um certo carnaval, com uma certa amiga, depois de umas certas cerveja e uma certa pulada de muro , da casa de uma certa professora de química... me faz chegar a conclusão de que Murphy me odeia e se está ruim, pode piorar, sim! Quer saber sobre essa certa pulada de muro? Vai ficar querendo. Já basta quem estava presente. Esse não é tipo de história que pode vir a público, ou pelo menos não deveria... Vai ficar me devendo essa, hein Dadá? Mesmo longe uma da outra, você consegue me colocar em cada situação que, né brinquedo não!